Para começar, quais seriam os elementos da imparcialidade? Identifico 3*:
1.Racionalidade: o agente deve manter-se o mais distante possível de suas emoções.
2.Impessoalidade: seja como profissional liberal ou como representante estatal, o agente e os atingidos por suas ações devem ter sempre em mente que aquele perde sua identidade pessoal no exercício de suas atribuições para assumir momentaneamente a incorpórea forma estatal.
3.Equidistância: o agente deve contribuir com sua atenção e juízo em igual medida entre as partes, não importando o quão degradantes possam ter sido suas ações.
Agora, a questão que desejo destacar é o seguinte: A imparcialidade objetiva um julgamento justo e uma aplicabilidade racional do direito, mas porquê? Vamos nos lembrar da criança que foi brutalmente arrastada pelas ruas por um menor de idade e dois jovens. Quem deseja se manter equidistante, impessoal ou racional perante tamanha brutalidade? Sentimentos brotam a flor da pele, indignação, cólera e revolta preenchem nossos corações.Casos como esse nos fazem desejar fazer justiça com nossas próprias mãos, nos faz desejar que a pena de morte fosse implantada, que esses criminosos fossem arrastados e sentissem toda a dor e sofrimento que causaram a João Elio.
Pois afinal, podemos afirmar sem sombra de dúvidas que no lugar de qualquer um desses criminosos nós nunca faríamos o mesmo, não é? SEM DÚVIDA ALGUMA, seria a resposta geral.
Errado! Eu diria. E antes de me justificar, devo lembrar-nos da alteridade, como característica primordial do direito, e na minha concepção, a mais importante. A alteridade é a capacidade de se por no lugar do outro, de imaginar exatamente como seria ter vivenciado todas as experiências e aprendizados que levaram a pessoa a tal momento e a realizar tal ação. Portanto, reformulo minha pergunta inicial: "Alguém pode afirmar, com plena certeza, que se tivesse vivenciado todas as experiências, aprendizados e vivências que determinada pessoa experimentou, não poderia ter feito a mesma coisa?" É claro que não, afirmar isso é impossível!
Esse é o verdadeiro fulcro da imparcialidade, pois se algum ser humano fosse verdadeiramente capaz de assumir a vivência de outro para lhe julgar, não haveria necessidade da imparcialidade.
Portanto meus amigos, devemos sim repudiar tais atos abomináveis, o que não devemos é nos esquecer que a justiça humana é decadente e imprecisa e que ninguém, por mais degradante que seja, deve ser privado seus direitos fundamentais. Pois o que fazemos nesse mundo não é justiça, é apenas um projeto concebido pelo pacto social.
Eita danado! Alteridade! Pois é! Só quero saber como é que a gente vai conseguir fazer esse exercício na prática, ou seja, se transferir para o lado do assassino do João Hélio ou do Nardoni. O curso de Direito é teórico demais com relação a esse estado de alteridade, que exige quase uma troca momentânea de personalidade. Acho que a gente vai precisar fazer "Tablado" quando acabar o curso! rsrs! Grande Nico! "Encarnação" embrionária contemporânea e contextualizada do Aristóteles! rs! Abraço colega!
ResponderExcluirAh! Esse juiz aí da foto já deixou seu julgamento evidente só pelo "jeitinho" de olhar o réu! rsrsrsrs!
ResponderExcluirAmei seu blog e não tenha dúvida se continuar nesse caminho será ótimo naquilo que pretender fazer seja procurador seja o que quiser...Menino você vai longe rsrs Continue assim ... mas no meu comentário leigo rsrs não vai ser nada fácil defender um assassino heim!!!
ResponderExcluirBeijos tocha humana! rsrs ;)
Tá muito desatualizado o blog rapáz!!!
ResponderExcluirMãos a obra aí com os artigos!
Gostei muito da maneira de que você diz a alteridade, portanto vocês jovens estudantes de direito não deixarem levar pelas informações que a midia nos oforece.
ResponderExcluirO caso que você citou o caso da Isabela Nardoni e do João Élio ficaram muito conhecidos através da midia que botou o ponto de vista bárbaro para a população a questão é: O que levou e motivou a eles a fazer tais banalidades? Um caso a se pensar! a partir deste ponto de vista podemos dar o caminho a novos argumentos ;)
See you later! Luizy