segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Eficácia da Teoria dos Três Poderes da República no ordenamento brasileiro.
Temos aqui, os atuais chefes dos Três Poderes da República, na esfera Federal. No quadrado vermelho, do Poder Executivo (administra os recursos e executa as leis), em azul o Poder Legislativo (legisla e fiscaliza as contas públicas, são dois pois o sistema brasileiro é bicameral) e em amarelo o do Poder Judiciário (aplica a lei no caso concreto e exerce o controle de constitucionalidade).
Agora são necessárias algumas premissas para entendermos a questão por completo. Primeira: as funções mencionadas são funções típicas, isso quer dizer que de modo atípico todos os poderes podem exercer todas as funções. Segunda: apesar da dívisão teórica dos poderes, o poder é uno, tendo como seu único e exclusivo títular o povo brasileiro.
Então...se é uno, por que essa divisão abstrata? Montesquieu (precedido de Aristóteles) começou a observar, com razão, que o poder absoluta corrompe. Então, criou um sistema teórico em que cada um teria faculdades sobre o outro, visando o controle de arbítrios em prol do bem da sociedade. Repito, visando o bem da sociedade. Eis a chave, meus caros, de como estruturar esse sistema teórico.
Com base nessas premissas, entendo que o sistema brasileiro foi feito por base em premissas retóricas. Entendo que Montesquie, em seu livro "Das Leis", quis dizer que o controle intrínseco entre os poderes deve se dar no âmbito da legislação e na determinação de que atos de extrema importância fossem feitos com o entendimento triplo. O que peca em nosso País, ao meu ver, é um controle administrativo.
Ora, como podemos conceber um sistema em que os Chefes do Judiciário são nomeados pelos Chefe do Executivo e pelo Legislativo? É uma clara tentativa mascarada pelo critério retórico de seleção: "reputação ilibada e notável saber jurídico" de atender a interesses egoísticos de elites, nefastos ao bem da sociedade.
Basta observarmos a última nomeação da Suprema Casa, do Ministro Dias Toffili, Advogado do PT a longo tempo, nem sequer um mestrado tem! Tais incoerências nos deixam absmados e revoltados com o devaneio de ideias tão producentes de tão ilustres filósofos.
Concluindo. Nessa medida, entendo que o controle exercido entre os Três Poderes da República não deve se dar de maneira externa, pois violaria os próprios ideias da teoria criando instabilidade e margem para prevalência de interesses ocultos.
Em contra sensu, melhor seria se as decisões de mais alta significância social fossem tomadas em um sistema que viabilisasse um uníssomo na concordância entre os Poderes e que o controle se desse de modo administrativo, através do controle de gastos,orçamentos e com o fim do foro privilegiado e das vantagens consedidos a membros de poderes em relação a outros, pois isto, por mais que os retóricos insistam em cismar, não é uma garantia, mas sim, um privilégio que vai de afronte direto ao Princípio da Isonomia, em todas suas faces.
domingo, 6 de setembro de 2009
A Paz...
*Vamos lá, então.
* Apreendi quatro quesitos para felicidade, que são:
1. Trabalho que se ame,que deseje exercer pelo resto de sua vida e que lhe satisfaça ao menos suas necessidades materiais básicas (o resto é luxo).
2. Entendimento pessoal sobre as fontes e razões da existência (religião ou não) bem estabelecidos e fundamentados, dando ensejo ao caminhar da vida.
3. O embasamento do lado emocional através da troca de emoções, opiniões, pensamentos e contato físico com um ser amado (quanto mais diferentes forem, melhor, pois mais aprendem um com o outro, experiência própria!).
4. Auto-estima, através do cuidado com o próprio corpo, com a aparência física, com a alimentação, com a saúde e com seus valores.
*Mesmo assim, não me esqueço que fatalmente esse equilíbrio será quebrado. Mas existe um princípio que desenvolvi que parece lidar bem com o problema, que consiste em: " O fato ou situação só será ruim se nada de bom for possível enxergar nele." Esse princípio cria uma relação de auto-equilíbrio entre os 4 quesitos anteriores,como se fosse o fiel da balança, sempre reestabelecendo a paz, veja alguns exemplos:
1. Supondo que um compenheiro de trabalho seu consiga uma promoção de modo sujo ou sórdido e isso te irrite, claro. É só ter em mente que por mais que desejasse uma promoção, você não deixaria seus valores de lado e não sujaria seu caráter agindo de maneira similar, sendo certo que é mais correto esperar o reconhecimento (mesmo que tardio) de seu esforço e empenho. Ocorreu um desiquilíbrio do número 1 que foi rebalanceado pelos nºs 2 e 4!
2. Supondo ainda que em determinado momento alguma situação faça você questionar seu lado espiritual / religioso. Isso não quer dizer que seu mundo deve ruir, é apenas mais uma chance de aprendizado e de evoluir em sua escala de valores.
3. Vamos supor ainda que seu relacionamento com a pessoa amada se encerre repentinamente por algum motivo. Primeiro, tenha calma, não é o fim do mundo. Segundo, quem é ELA (OU ELE) para te fazer sofrer? Você não tem confiança em si mesmo? Não tem seus valores e objetivos claramente delineados? Então, meu caro(a), quem perde é seu parceiro!
4. E se estiver com baixa auto-estima, infeliz com sua aparência ou com sua saúde, se for para agradar a si mesmo, não passa de uma chance de repensar seus hábitos e valores, e fortificar sua força de vontade perante as dificuldades da vida.
*Com tudo isso, penso ter encontrado a chave para o árduo caminhar da vida, de forma harmônica e equilibrada, espero ter conseguido trazer alguma inspiração para quem quer que me ouça. Abraços!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
sábado, 2 de maio de 2009
Alteridade X Imparcialidade
1.Racionalidade: o agente deve manter-se o mais distante possível de suas emoções.
2.Impessoalidade: seja como profissional liberal ou como representante estatal, o agente e os atingidos por suas ações devem ter sempre em mente que aquele perde sua identidade pessoal no exercício de suas atribuições para assumir momentaneamente a incorpórea forma estatal.
3.Equidistância: o agente deve contribuir com sua atenção e juízo em igual medida entre as partes, não importando o quão degradantes possam ter sido suas ações.
Agora, a questão que desejo destacar é o seguinte: A imparcialidade objetiva um julgamento justo e uma aplicabilidade racional do direito, mas porquê? Vamos nos lembrar da criança que foi brutalmente arrastada pelas ruas por um menor de idade e dois jovens. Quem deseja se manter equidistante, impessoal ou racional perante tamanha brutalidade? Sentimentos brotam a flor da pele, indignação, cólera e revolta preenchem nossos corações.Casos como esse nos fazem desejar fazer justiça com nossas próprias mãos, nos faz desejar que a pena de morte fosse implantada, que esses criminosos fossem arrastados e sentissem toda a dor e sofrimento que causaram a João Elio.
Pois afinal, podemos afirmar sem sombra de dúvidas que no lugar de qualquer um desses criminosos nós nunca faríamos o mesmo, não é? SEM DÚVIDA ALGUMA, seria a resposta geral.
Errado! Eu diria. E antes de me justificar, devo lembrar-nos da alteridade, como característica primordial do direito, e na minha concepção, a mais importante. A alteridade é a capacidade de se por no lugar do outro, de imaginar exatamente como seria ter vivenciado todas as experiências e aprendizados que levaram a pessoa a tal momento e a realizar tal ação. Portanto, reformulo minha pergunta inicial: "Alguém pode afirmar, com plena certeza, que se tivesse vivenciado todas as experiências, aprendizados e vivências que determinada pessoa experimentou, não poderia ter feito a mesma coisa?" É claro que não, afirmar isso é impossível!
Esse é o verdadeiro fulcro da imparcialidade, pois se algum ser humano fosse verdadeiramente capaz de assumir a vivência de outro para lhe julgar, não haveria necessidade da imparcialidade.
Portanto meus amigos, devemos sim repudiar tais atos abomináveis, o que não devemos é nos esquecer que a justiça humana é decadente e imprecisa e que ninguém, por mais degradante que seja, deve ser privado seus direitos fundamentais. Pois o que fazemos nesse mundo não é justiça, é apenas um projeto concebido pelo pacto social.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Em defesa do preconceito.
Sérgio: "Essa eu quero ver!"
Nicolau: "Haha! Não é sofismo, veja bem...vamos supor que o preconceito seja o réu de uma acusação, e eu seu advogado. Sei que "ele" cometeu muitos crimes, não pretendo absolve-lo, mas quem sabe atenuá-lo"
Comecemos pela etimologia, preconceito quer dizer conceito pré concebido. Eis dois exemplos que diferenciam o conceito do preconceito:
O ser humano em geral é mais favorável ao dia e a luz do que a noite e a sombra. Mas por que exatamente? Sabemos que de dia podemos enxergar o mundo com maior facilidade,tudo é claro e revelado a nossa consciência. Ao passo que durante a noite o misterioso véu da sombra esconde a realidade de nossos olhos e a falta de luz nos remete a solidão e ao silêncio do descanso.Nesse exemplo,percebemos que houve um conhecimento da realidade,uma valoração e finalmente, um conceito favorável ou reprovável. Daí o conceito de bem e mal. Eis uma das mais primordiais características humanas, formular e valorar conceitos.
Agora, o segundo exemplo, o preconceito, que assim como o conceito, surge da capacidade valorativa humana.
Em certo momento de sua vida, essa mulher quis ter alguma salvaguarda contra a violência. Assim, se pudesse identificar o perigo com antecedência, suas chances seriam maiores. Então estabeleceu um estereótipo de como possivelmente seria o agente.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Racismo
Adivinharam?
O assunto na pauta é racismo é claro!
Todos sabemos,ou deveríamos saber,que todos são iguais em direitos e obrigações sem qualquer distinção injustificada.Assim diz a lei e qualquer ética razoável,isso não se discute.
Mas se deveriam ser, como não o são?
Fazendo uma rápida analise histórica lembramos que os negros vieram ao Brasil vendidos na África por seu próprio povo,sendo por serem guerreiros derrotados de tribos inferiores ou por serem escravos propriamente ditos.
Com a abolição da escravidão não mudou muito em sentido de estabelecer igualdade.
O negro continuou a ter péssimas condições de trabalho e a abstinência do Estado se manteve.
Trazendo as consequências disso para os dias atuais nós temos:
-Nas escolas públicas, segundo o IBGE, o índice de alunos negros ou pardos chega a 60% dos alunos.
-Nas escolas particulares dos que disseram ser pretos e pardos é de 30% no ensino médio médio.
-Segundo o IBGE, entre os estudantes de 18 a 24 anos de idade, a porcentagem de negros que adentra o ensino superior (lembrem-se que essa porcentagem é subsequente a porcentagem de negros no nível médio) é de 25%.
Não parece igualdade,parece?
Então veio o polémico sistema de cotas...e é isso que vamos discutir!
O primeiro ponto que gostaria de abordar é sobre a constitucionalidade das ações afirmativas.
Diz o Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Pois é,a questão que cabe a abordar é referente a interpretação constitucional,a grande maioria das pessoas realiza uma interpretação gramática(ao pé da letra),nessa modalidade o sistema de cotas é realmente inconcebível.Mas infelizmente essa lógica não passa de um grande sofisma. Pois percebam, seguindo esse pensamento,também será inconcebível prerrogativas para idosos e portadores de deficiência, já que " Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza..."
Portanto, seria mais adequado fazer uma interpretação teleológica(busca o sentido da norma) para fazer ao modo dos gregos com o seu dito: "Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, visando estabelecer igualdade".
Melhor agora?Muito melhor!
Muita gente diz que o sistema de cotas é uma ofensa aos negros,dizem chamar o negro de burro.Não é esse o objetivo com certeza,em verdade a razão do Estado é tentar redimir(dentro do possível) o dano causado a uma etnia.Racismo é imprescritível!
Muita gente também diz que o correto é investir na educação pública para torna-la tão boa quanto a privada, assim seria indiferente a quantidade de negros em uma ou em outra,pois a igualdade estaria garantida.Essa medida combateria além do racismo a pobreza no pais, mas devemos nos lembrar do que foi dito sobre a elite, eles não investiriam na educação nem na igualdade,não faz sentido pra eles fazer seus subordinados pensarem.
Então o que resta a fazer?
Devemos lembrar que as cotas vieram combater,em primeiro plano,o racismo!Deixe-mos a pobreza para nossos nobres governantes.
Por isso defendo o sistema de cotas como o caminho mais viável para alcançar uma sociedade menos discriminadora. Até o dia em que esse sistema não será mais necessário.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Teoria democrática pura
Poder = Riqueza
Vejamos o direito por exemplo => A Elite do direito adquire Poder e Riqueza , até atingir uma quantidade média// Para adquirir + Poder e + Dinheiro, precisa, em regra, se corromper. Em alguns casos, juízes chegam a desembargadores por mérito e a Ministro do STF raríssimas vezes,basta analisarmos os casos de uma Juíza que foi flagrada negociando com traficantes na Bahia e foi promovida a Desembargadora e o nosso presidente...
O mérito só conta até certo nível, depois o sistema caracteriza a corrupção
Poder = faculdade de realizar mudanças na realidade social a sua vontade.
Se quem tem dinheiro é a elite e dinheiro = poder, o poder pertence a elite.
*Conclusão: Só a elite pode mudar o Brasil!
Como é?
Vamos analisar a relação entre povo, elite e poder em dois momentos, no primeiro momento como um cidadão corrupto do povo ascende a elite e o segundo momento como um cidadão idôneo o faz.
- Primeiro momento: A pessoa do povo com mérito (positivo ou negativo) adquire o poder e se integra a elite,tendo aceito a corrupção essa pessoa ira oferecer a corrupção a outros que tenham mérito.
- Segundo momento: A pessoa do povo com mérito (positivo) adquire certo nível de poder até que em certo momento sofre represália da elite. Basta observarmos os promotores, procuradores e juízes que são exonerados, afastados ou vivem sobre forte guarda para não serem atacados.
Eis a diferença da aquisição de poder pelo mérito (poder fraco para médio) da aquisição de poder pela corrupção (poder elite).
Dessa maneira, ocorre um controle cíclico da corrupção. Na medida em que o cidadão idôneo do povo que tenta ascender ao poder é coagido a não fazê-lo pela ameaça abstrata ou concreta de represália da elite e o cidadão corrupto ascende a elite e continua a propagar a corrupção.
E por último gostaria de dizer por que acho que o povo brasileiro não pode mudar nosso pais. Defendo que a elite já se encarregou de dominar as forças do povo. A mídia domina facilmente a opinião pública e o povo é estagnado, pois os agentes sociais são facilmente corrompidos. É o caso do policial que pede propina para fazer "vista grossa". É uma via de mão dupla, pois o policial e o cidadão que participa perdem a idoneidade de exigir da elite uma conduta mais idônea. E um povo dominado é um povo preso por grilhões, os que graças a baixa qualidade da educação brasileira (o que favorece muito a elite) tornam-se semi-indestrutíveis.